Só porque sim...

Do livro O dia em que te esqueci, da Margarida Rebelo Pinto

"E já que não posso voar por cima das pedras que me vão surgindo pelo caminho, guardo-as uma a uma, para construir o meu castelo.
Demorei vinte anos a construí-lo, pensando que um dia viverias nele. E tu agora já não cabes lá dentro. Mas isso é por outras razões que não as apresentadas anteriormente. Não te guardo qualquer mágoa, nem tampouco tristeza. E embora acredite que ao longo da vida nunca perca a vontade de te escrever, este é já o dia em que te esqueci. É quando arrumamos aqueles que amamos no nosso coração e encontramos a paz sem esforço nem encenações fáceis que podemos dizer que tudo acabou.
E o meu amor por ti há muito que morreu, nem te sei dizer quando nem como. Só sei que agora te vejo com outros olhos, ainda que eu seja sempre a mesma, aquela que te amou. A realidade é evolutiva, e o que era verdade há um ano, hoje já não existe e nem sequer faz qualquer sentido. E as saudades também vão morrendo, porque não podemos continuar a amar aquilo que já não existe.
Agora és como um primo afastado, alguém que não faz parte da minha vida. E tudo isto sem dor."

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