[entre parênteses]

[Estou fã... mesmo... preciso é de passar à prática. Mas não é fácil]

Diz a regra que o 'vai pensar um bocadinho na tua vida' - também conhecido como time out - dura tantos minutos quanto a idade da criança. Se a criança tem 3 anos, pensa 3 minutos; se tem 10, pensará 10 minutos ( e se tiver 38 como eu, pensará 38 minutos - que belo momento de pausa!).

Diz a regra, também, que a criança ficará sozinha no degrau ou no canto e que deverá voltar (arrependida? com um pedido de desculpas?) quando regressar.

Confesso que me impressiona que possamos realmente achar que a criança vai mesmo pensar na vida dela e no que fez. Sobretudo quando esses pedidos do 'agora vai pensar' são ditos num tom ríspido, zangado, aos gritos e que não possibilitam o pensamento crítico.

Por outro lado, aos 3 anos uma criança não consegue pensar direito, com um raciocínio lógico. Não é correto ter batido no irmão, ter puxado o rabo ao cão ou ter atirado comida para o chão mas acreditas mesmo que ele vai dizer-se 'pois, a mãe tem razão, da próxima vez tenho de me autorregular e evitar despejar o iogurte em cima do tapete preto de pelo fofinho porque a mãe gosta da casa bonita e asseada.' Não vai acontecer.

Mas vai acontecer se fores pensar com ele, de forma construtiva. Certamente não é algo que te apeteça, sobretudo depois de veres o iogurte no chão mas sabes, ali quem é o adulto - e aquele que é capaz de fazer autorregulação - és tu.

Podes pedir ao teu filho para ir acalmar-se um pouco no quarto e que tu também já lá vais ter. E o tom que usas, assim como a intenção que colocas na frase é diferente do 'vai pensar'.  Ir acalmar-se, sossegar é diferente do ir pensar.

Então, e quando estiveres mais calma vais lá ter com ele e vais ajudá-lo a contar o que aconteceu. Não disse explicar. Disse contar. É diferente.
E depois explicas tu porque aquilo não se faz e pensem no que farão diferente da próxima vez e como podes ajudá-lo a evitar a situação. É só isto. Mas muda tudo e tem o efeito que pretendes. Que a criança pense!

O teu filho precisa de ti para saber os comportamentos adequados, para ser lembrado dos mesmos e para aprender a gerir as grandes emoções que lhe acontecem.

Mandá-lo pensar só vai fazer sentir-se desadequado. Ou vai pô-lo a pensar em formas de não ser apanhado da próxima vez. Ou no carro que ele deixou debaixo da mesa da sala de jantar. Não vai atingir os teus objetivos e a prova está onde? No facto de o teres de mandar pensar numa nova situação e isso não mudar rigorosamente nada.

Ah! E ele pede desculpas depois de ir pensar? São desculpas a sério e sentidas? Vale a pena pensar nisso., in Mum's the boss

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